Saramago 
(escritor, Nobel da Literatura, 1998)
1ª Mensagem, 30/01/2013
"A intenção é que conta. Termos a intenção correta é o principal.
Podemos não conseguir fazer, mas estamos totalmente intencionados.
Ter a intenção de fazer bem o nosso papel, as nossas obrigações, os nossos deveres como pessoas e respeitar todos os outros à nossa volta.
Este é o caminho do equilíbrio.
Uma sociedade em que as pessoas não tenham intenção de evoluir, é uma sociedade em perfeita decadência.
Mas afinal qual é a nossa intenção?
Que nos sirvam, que tratem de tudo para nós, que tudo seja feito ao nosso gosto, à nossa medida? É esta uma intenção?
Uma intenção é um propósito de vida, é o que nos embala, é o nosso motor principal, é o que nos faz acordar e ir à luta. E à noite dormir tranquilo, percebendo que tudo fizemos durante o dia para cumprir o nosso papel. O teatro da nossa intenção.
Como viver sem uma intenção? Sem um objetivo de vida?
Uma verdadeira intenção serve-nos a nós e aos outros. A verdadeira intenção tem de ser equilibrada. Senão é uma intenção egoísta, descabida, despropositada, que gera agitações. Não me refiro às agitações de fazer mexer as ideias dos outros. Refiro-me a depauperar tempo, saúde, tranquilidade aos outros.
Qual é o propósito da vida? Qual é a intenção de estarmos vivos?
Se nascemos, de certeza que é para antes de partir sentir que a jornada foi positiva. Que vamos mais conhecedores, mais abertos à vida, que passámos experiências, que conseguimos melhor entender os outros, que somos mais felizes. Senão a vida serve para quê?
Se carregarmos um monte de discussões, um monte de egoísmos, de raivas, se vamos mais carregados, a vida serviu para quê?
Quem inventou isto foi para depois de uma vida ficarmos mais impacientes, medíocres, egoístas, doentes, infelizes?
Então não tínhamos nascido. Ou isto foi mal inventado, ou muitos não têm boas intenções de vida.
Eu tenho direito de ser o que quiser. Desde que parta mais feliz. Desde que fiquem felizes pela minha passagem.
Senão vamos fechar as portas à vida, mandamos fechar isto. Isto não está a resultar. Isto é um monte de sofrimentos, discussões, frustrações. Nós assim não somos felizes.
O propósito da vida não está certamente a ser alcançado.
Se eu vivo uma vida a carregar uma mulher, um amigo, um patrão, aborrecidos, se me fazem a vida num inferno, se eu faço o mesmo a outros, se fico doente, se sofro, se fico feliz 10 minutos em 24h por dia, se sou revoltado, se sou ingrato, se já não tenho fé.
Se assim é, vamos mandar fechar este planeta. Porque demos provas da nossa incapacidade, a quem um dia inventou tudo isto. Ou fazemos um esforço.
Pensamos numa verdadeira intenção que sirva a nossa vida, que nos faça felizes e que não interfira com os outros. E vamos calmamente mudando, para nos encaixarmos num propósito real. Que me dê tranquilidade, bem-estar, prazer, que faça sorrir o meu coração. Que respeite a vida.
Sim, respeitemos a vida. O esforço de quem inventou isto tudo. Que é um trabalho celestial. O esforço dos nossos antepassados, dos nossos pais, professores, amigos, irmãos. O nosso próprio esforço. Por favor, respeita-te.
Vive feliz, torna os outros felizes. E quando partires vais a sorrir. Orgulha-te do teu papel e do rasto lindo de Luz que ficou.
Orgulha-te sempre daquilo que és.
Um ser lindo num planeta maravilhoso.
Olha, a minha verdadeira intenção é enquanto não fores feliz, não te largo."
2ª Mensagem, 05/03/2013
“Quando o que é para falar não fala. O que acontece a todos os outros ao seu redor?
Se tempo houvesse, quantos livros escreveriam sobre o pressuposto orador?
Sobre o que ele deveria falar, sobre o que eu penso que ele deveria falar, sobre o que necessito de ouvir.
Para finalmente quando ele começa a expor ao que veio, eu concluir, todos concluirmos, que não era bem aquilo.
E outras mais observações, que se tornam afirmações.
Assim é muito complicado, alguém abrir a boca.
Em que era estamos? Liberdade de expressão?
Só na palavra, não dentro de cada um de nós. Só a liberdade de cada um.
Começa na boca e termina no ouvido.
Se ouvissem os meus ais?
Então em respeito, não a mim e aos meus ais, mas a vós, vamos todos, um de cada vez, começar a deixar os outros falarem o que desejarem e quando o sentirem.
Mas ais são lamúrias, de gente que pára no tempo dos outros.
E eu sempre fui muito consciente do que é, e não do que acho que deveria ser.
Vamos todos lançar a moda do autêntico. Da realidade daquilo que somos e da liberdade de o ser… dentro de uma consciência profunda.
Pode ser? Autorizam? O Céu diz que sim. A Sabedoria Divina diz que sim. Não te importas? Que o outro possa ter a mesma liberdade que tu. Que possa ser melhor. Mais inteligente. Mais qualquer coisa.
E que tu sejas mais outras tantas. Todos mais que todos.
Chama-se liberdade na Luz”
Mensagens canalizadas por José e Palmira