Rita

(Uma jovem que partiu na sequência de um acidente de viação há cerca de um ano)

 

1º Tratamento, 16/10/2012

“Sufoco, sufoco, parei de respirar. Tudo parou em mim. Agora entra ar tão depressa... Respiro profundamente.

Tanta terra, parecia tudo a sufocar-me. E isto era eu.

Eu estava sufocada. Parada na respiração e no tempo. A alegria tinha parado. Eu não estava a Ser. Ar fresco tão rápido como a minha alegria, como a minha vida. Isto não era assim. Sinto-me tão leve. O ar parece que entra e sai. Agora estou mais livre. Fico a ver e a perceber. Estava presa. A vida, esta nova vida assim não andava.

A compreensão é tão rápida e este ar fresco tirou-me daquela prisão, e parece que explicou tudo; se não fosse assim eu ficava muito mal, mas à medida que recebia o ar, eu entendia tudo, o que mudou em mim...

Sinto alegria. Esta alegria é mais alegre. Tem uma consistência diferente. Ah! Isto é isso? Então eu sou isso? Nunca pensei que fosse entender tão bem. Porque eu agora estou tão bem. Sinto um calor na minha alma. Parece que assim posso abraçar todos ao mesmo tempo. E sinto que posso mesmo. Ah...que vida esta tão linda!

Eu dava a minha vida para abraçar todos assim desta maneira tão calorosa...

Passo agora mais tempo a olhar para vocês os dois. Sinto amizade pelos dois. Tão antiga e forte como é o meu abraço a todos os que amo. Não sei o que brilha mais, os meus olhos ou vocês...

Agora antes de subir mais vou ter que me habituar a tudo isto, que é meu. Há tanta energia linda no ar, que passa por mim. Eu vou fazendo parte desta energia. Aqui dança-se voando.

Há uma música tão linda lá ao fundo...”

 

2º Tratamento, 24/10/2012

“Agora respirar sabe bem, respirar Luz. Este é um calor que conforta. Sempre procurei um conforto destes. Um conforto da alma. É um sentir-me numa corrente que sobe. Interrogações chegam-me mas já não inquietam.

Dúvidas a chegar, como memórias de acontecimentos.

Aparecem imagens de acontecimentos, mas agora revejo-os com outra energia.  Com uma mentalidade diferente. Porquê que fazemos certas parvoíces?

Vou-me concentrar nesta subida tão segura e confortável.”

 

3º Tratamento, 07/11/2012

“Sinto o crescimento em mim, mas tragam-me o vosso calor. Já me habituei. Sinto a falta dele.

É uma luta na nossa consciência. É o antigo e o novo a debaterem-se.

Quando vocês estão comigo, só sinto o hoje e o carinho a aumentar. Aumenta o carinho e a compreensão.

E quando penso nisto aumenta a minha compreensão sobre tudo, sobre o que sou agora.

A gente acostuma-se e depois até sabe bem.

A revolta é quando nós queremos a força prevalecer a nossas ideias, os nossos interesses.

Agora isso é um vazio muito grande. Isso já era.

Sei que agora estou a aprender a ser eu mesma.

Tenho a certeza que revoltas não fazem parte de nós. Revoltas trazem tudo do mais horrível. E eu só quero sentir o vosso calor e a Luz que agora sou.

A revolta fere-nos por dentro e tudo estraga. Este calor tudo repara e consola.

Se no calor me concentre mais os sinto e parece mesmo que quando não estamos em contacto, fico a senti-los e aparecem mais Luzes a fazerem-me companhia.” 

 

4º Tratamento, 04/12/2012

“A necessidade urgente de evoluirmos não se compadece com dias de chuva, nem com lamúrias.

Esta é uma necessidade intrínseca. É nossa por direito, mas devera ser usada aqui ou ai, com energias diferentes e a mesma procura.

A procura, o nosso maior objetivo, aquilo porque estamos aqui ou ai; é a nossa Luz.

A defesa da nossa evolução, o nosso aumento de Luz.

O brilho da nossa Luz. O calor que nos alimenta a alma.

Não há duvida que quanto mais longe de vós, mais perto da minha alma. Quanto mais longe, mais os sinto, mais tudo entendo, mais amor sinto que distribuir é um dever meu.

Só o que está mal é a não compreensão. Só o que está mal é a falta de vontade de amar. Não há nada mal! Só há caminhos diferentes.

Caminhos onde o amor não passa e os espinhos crescem por falta dele.

Queixas-te do quê? Dos espinhos ou da falta de amor?

Os espinhos colhem-se ao vento forte e o amor rega-se todos os dias, mesmo nos dias chuvosos.”

 

5º Tratamento, 20/01/2013

“Que perda de tempo nas nossa vidas, que vidas perdidas.

Passa a vida por nós e são tretas de namorados, filmes, festas, gozar um bocado. Meus Deus! Não “perdemos” um pouco do nosso dia a fazer o mais importante das nossas vidas.

Aquilo que viemos fazer à terra.

Porquê que somos tão fúteis! Que a outra disse, que o rapaz aquilo, aquela atriz, o outro filme, dias, meses, anos de horrores, de passatempos, de fuga à realidade.

Não percam a viagem. Eu falo em nome do amor, do respeito pelo que há sagrado em nós.

Nós estamos descorando o essencial. Nós perdemos uma vida com merdinhas. Não crescemos nada.

Por amor de Deus, desenvolvam a vossa Luz! É a única coisa que é vossa. É o que fica quando me vieres visitar.

Muito amor a todos.”

Mensagens canalizadas por José e Palmira