Kurt Cobain
(Cantor, compositor e músico, fundador da banda Nirvana, 1967-1994)
1ª Mensagem, 12/12/2012
"O que vocês me ouvem, se eu começar a gritar?
Ou se ficar aqui muito quietinho? O que queremos uns dos outros?
O que queremos forçosamente ouvir?
Eu só me apetece gritar. Gritar para mim.
Não queiram ouvir o que me apetece cantar.
São coisas que vocês não querem ouvir.
Vocês não querem ouvir os meus gritos.
Não queiram sentir o meu frio. Tratem deste frio.
Aqui eu não quero ficar.
Oiçam-me quando eu não canto.
Fiquem por aqui. Não fujam quando eu grito.
Sentindo aos poucos este frio que se vai.
Fiquem mais tempo, por aí, fazendo este calor chegar.
Calor estranho que não grito, nem espero que fiquem.
Calor que sou estranho.
Se pensasse melhor não tinha feito nada disto.
Se me calo não vejo nada em vós. Não os vejo.
Posso ficar a chorar?
Posso ficar a passar o calor que sinto?"
2ª Mensagem, 25/12/2012
"Porquê que mexe tanto em nós, o que sentimos pelos outros?
Porquê que mexe demasiado em mim a reação aos outros?
Porquê que eu deixo isso nalguns dias aumentar tanto?
Porque fico diferente quando assim acontece?
Porquê que eu fico a sentir o que não gosto?
O que na realidade não me serve.
Recuso ser um "reage aos outros". Eu não quero ser isso.
Há tantos e tanta coisa para eu reagir, para ficar mal comigo mesmo.
Não me façam chorar.
Porquê que vocês me incomodam tanto?
Porquê que eu tenho de passar por isto?
Porquê que não consigo reagir em amor, quando me apoquentam?
Eu só quero estar em amor e esta energia deixa-me desfigurado.
Tirem isto de mim.
Isto queima o meu interior e não pára.
Há sempre alguém a fazer coisas que me incomodam.
E o pior é quando partem, deixam em mim todas estas energias agitadas. Eu não quero isto para mim.
Eu quero fugir. Fugir...Talvez para dentro de mim.
Não é mal pensado.
Procurar dentro de mim a serenidade que fora não existe.
Porque é por fora que todos me perturbam.
Se eu aumentar a minha serenidade interna e mostrar isso aos outros.
A questão é que arranjamos sempre uma desculpa para ir atrás da agitação.
Eu vou começar a passar aos outros a minha tranquilidade.
A sabedoria do meu interior.
Eu quero ter a minha oportunidade de ser feliz."
3ª Mensagem, 21/01/2013
"Este é um problema muito sério das interferências. De como estar sem ser incomodado, de como agir sem perturbar a tranquilidade dos outros. É uma falta de respeito geral.
Têm que ouvir a minha razão quando eu quero falar! Dizem todos o mesmo. Mas qual é a nossa razão?
Quando queremos impor a nossa maneira de agir; a partir daí temos sempre razão.
Incomodamos, perturbamos, interrompemos porque temos razão!
E não há dúvida que a pessoa tem a razão dela. Mas a lógica dela está limitada, ao que ela quer insistentemente impor.
A imposição dentro de cada um apressa-se a criar mil e um argumentos para ser ouvida.
E que tem tantos argumentos dentro dele, que tem tantas razões para continuar a impor, e que os outros acatem, e que os outros o oiçam, na altura que quer, na altura que ele decide.
O que fazer com esta falta de respeito generalizada?
O que fazer com este tipo de comportamentos de muitos?
Nunca estamos tranquilos, porque há sempre alguém que sabe melhor que nós, o que é mais importante para ele e para nós.
Façam um trabalho profundo na prática para verificar quantas pessoas vocês perturbam com as vossas insistências.
Essa de que estão todos contra ti, já está fora de moda!
À menor perturbação aos outros, parem! Parem de falar e agir.
Ninguém tem o direito de perturbar os outros!
Todos temos o direito de ficar tranquilos e não ser repetidamente incomodados.
Se eu sou dos que, enquanto não me ouvirem e me derem razão, não me calo e continuarei a fazer tudo à minha maneira.
Se és desses, pede ajuda. Admite que não estás a ser conveniente.
Admite que o encaixe em todo o lado é difícil. Admite parar para escutar. Admitam que isto é um caso bicudo. Admitam que muitos, enquanto não falarem, que os oiçam, que façam o que impõem, não param.
Onde é que isto vai parar?
Estou aqui tranquilo e já entraram vários dizendo o que acham melhor para a minha música, e que eu tenho de mudar.
Assim eu não estou compondo quieto a música, que é minha*.
Porquê que não deixamos os outros em paz?
Qual é a necessidade de sentir um rodopio enorme à nossa volta, provocado pelas imposições?
Provocado por querermos os outros a funcionarem à nossa maneira."
*Acontecia na Terra.
Mensagens canalizadas por José e Palmira