Rei Luís XIV
(Rei de França, Rei Sol, 1715)
1ª Mensagem, 27/02/2013
"Pedras, pedrinhas, joias, joinhas, tanta coisa, muita coisa, do melhor. Da necessidade de mostrar com o que temos, que somos melhores. Que impomos, que determinamos as regras, as condutas, os modos, os cheiros. Sim porque somos nós que dizemos o que é chique, o que é importante, que tem valor, o valor das coisas. É que as coisas são valiosas, porque nós que somos importantes o dizemos. Elas passam a valer muito. E nós que as temos ficamos ainda mais poderosos.
Nem é necessário chamar-lhe nome, mas veio revolucionar a vaidade, a hipocrisia, a falsidade, a desonestidade. Quem é que escreveu? A troco do quê foi montado todo este teatro de vida? Quantos foram necessários para trabalhar o meu manto, a minha cadeira, a minha sala, os meus palácios? Quantos durante quanto tempo?
Se os que tinham aumentaram o luxo, o que aconteceu aos que tinham pouco, para os meus palácios brilharem? Quantos corações tiveram que mirrar?
Este mundo que era meu, que muitos ficaram falando durante muitos anos, representava que parte da população?
À medida que eu me enchia de joias, o que enchia no coração dos outros, muitos que construíam as minhas joias? À medida que alguns como eu se confortavam com tudo do melhor, muitos e muitos corações, se enchiam de todo o tipo de revoltas. À medida que os meus talheres aumentavam, a comunidade nos pratos de muitos diminuía. O meu guarda-roupa daria para algumas famílias se agasalharem.
O que eu comecei contínua nos dias de hoje, só que mais alargado. Foi alargado a todos. O luxo começou a ser um hábito, uma necessidade. Uma necessidade de inventar como chegar a ele. A força desta energia tornou-se planetária e todos nós hoje somos subjugados a ela.
O que eu terei que fazer mais para adquirir aquele carro de luxo? Quantas noites acordadas a trabalhar? Quantos dias longe dos filhos? Quanta mentira terei que inventar? Quantas coisas terei que falsear?
Eu dei origem a este monstro, que nos consome. Que nos substitui o ser honesto, cavalheiro, amigo, humilde, grandioso na palavra, amigo de verdade, filho exemplar, pelo carro novo recheado de tudo, pela casa de férias… à la mode.”
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