Fernando Pessoa
(poeta, filósofo e escritor português, considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa e da Literatura Universal, 1935)
1ª Mensagem, 08/12/2012
"Muitas vezes me perguntava quem era eu? O que escrevia? Ou o outro, o que passeava na rua?
Quem era eu quando escrevia?
É que na rua, passeando, parecia voltar a mim. Ao meu natural. À minha tranquilidade.
Quando a palavra me chegava, eu era forçado a despejar tudo de um trago. E não parava.
Até que aquele outro chegava e me lava a passear.
Cabeça baixa, descansando das palavras que me estonteavam.
Estas Luzes a fazerem a ponte que me esqueci. A ligação do meu escritor e do meu homem andante.
Esta terceira personagem que me preenche.
Que evita a passagem brusca de um para o outro.
Esta nova energia que me traz satisfação à lacuna da minha vida.
O espontâneo do escritor a esvaziar a energia do outro.
A puder ficar agora na energia da ponte.
Serei eu esta ponte? Este serei eu mesmo?
O ser eu mesmo é a nossa própria realização? A satisfação tranquila?
Tudo num só. A satisfação que escreve, que passeia e o interior tranquilo. Assim me sinto inteiro. Assim posso sorrir e sinto a energia do meu sorriso. Assim sinto o coração na boca, sorrindo.
Com este Céu iluminado, me vejo na satisfação de escrever passeando."
2ª Mensagem, 20/12/2012
"Sentir que nos veem como uma imagem parada. Com tudo parado dentro de mim.
As emoções, o tempo.
Falo dos vivos e dos que já foram.
Falo das emoções presas, do tempo parado.
Falo do quê? De quê?
Falo da camisa que começa a desabotoar e da gravata que salta, palavra ouvida.
Coração magoado.
O que sinto? Que passo?
Queres ouvir o meu silêncio?
O conforto da minha alma.
A tranquilidade de tudo o que és.
A serenidade que sou.
Difícil ouvir, sem intrometer, sem imiscuir.
Só ouvir o vento das palavras.
Saber a cada momento o que é melhor para mim.
Saber o respeito que te fica bem.
Saber ao que vens. O que procuro.
Sentir a energia do silêncio.
O agradecimento sentido.
O agradável acontecer.
Sentir o movimento da imagem parada."
3ª Mensagem, 23/01/2013
"Se conseguíssemos encaixar o prazer da leitura, na dificuldade de muitos de estudar, de evoluírem?
A grande separação entre o devorar livros, entre velas e pequenos candeeiros, e a rejeição de estudar meia hora.
Porquê que fogem à meia hora e se afogam na leitura dos romances, das aventuras, por horas tardias?
Quem é que descobre como contagiar o estudo obrigatório?
Livros são livros. Todos são livros.
Porquê que devoram um livro num dia, da paixão, em romance, em aventura?
Se para estudar meia hora, são perseguidos?
O que há com as matérias?
Se eles gostassem das matérias, aconteceria o mesmo, devoravam os livros.
Mas definitivamente eles acham as matérias um seca.
E a questão fundamental é que, quem sabe, diz que tem que ser. Mas eles não entendem.
E o que tem que ser não lhes abre o apetite. E andam desmotivados, porque estudam o que não lhes interessa.
Os pais e professores armados em perseguidores. Todos sofrem.
E os livros, os escolares, que deveriam ser um prazer de ler e decorar, são vistos como empecilhos.
Se eles gostassem das matérias como gostam dos outros livros, teriam estudantes motivados, interessados, felizes. Pais e professores radiantes.
O que há para mudar?
Eles começam a ver a vida como uma obrigação e a vida é para ser saboreada. Todos os livros, para nos encherem de conhecimento que nos levam à aventura da sabedoria, à paixão do estudo.
Não posso ver jovens recusarem livros. Livros são sabedoria.
Perdem o respeito por quem tem sabedoria, não respeitam os professores, renegam os pais.
Não pode a vida escolar, o estudo escolar, ser uma aventura?
Não podemos viver a paixão dos conhecimentos?
De tanto os forçarmos, eles vão-se refugiar onde?
Oiço: - Tornem o estudo mais vivo. Não como matéria morta, mas com atores vivos no meio. Para que percebam sempre e sempre a utilidade do que aprendem!
Os primeiros anos não podem ser dados em função de que o aluno irá ser doutor. Muitos não vão ser.
As matérias têm de ser vocacionadas, têm de ser úteis para cada ano.
Não podem estudar agora uma coisa que só irá ser útil 10 anos depois.
A mente deles não funciona assim.
Vocês senhores, doutores entendem. Mas eles não têm a vossa cabeça e vocês não entendem a cabeça deles.
E depois querem aproveitamentos. Tudo à força.
A vida não é para ser forçada. Eles têm que procurar saber.
Procurar querer aprender. Gostar de saber.
Temos de ter alunos felizes, pais orgulhosos e professores tipo Indiana Jones, que transformam peças antigas em magia viva.
Professores que ensinam vida, alegremente vivida."
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