Carlos Castro
(jornalista e cronista social Português, assassinado em 2011)
1º Tratamento, 21/12/2012
"Porquê que só olhamos o exterior das pessoas?
Porquê que comparamos o que vemos, connosco e com tudo o que conhecemos?
Porquê que as pessoas têm de ser a nosso gosto?
O que tenho que querer, que o outro seja isto ou aquilo?
Porquê que estão olhando para mim?
Porquê que cada um não pode ser diferente dos demais?
Porquê que me irritam com o modo como olham tudo?
Porquê que não andas com espelhos à tua volta?
Porquê que não engoles o que dizes, o que fazes, a maneira torcida de ser e olhar, o ar superior, o tom agressivo, o olhar de juiz?
Porquê que és diferente de mim? Quem te permite?
Autoridade que trazes no teu peito que me queima, que me atormenta.
Todos fora de mim. Quero só estar, não me interessa onde.
Num lugar desaparecido para sempre.
Onde a tua pobre imaginação não chegue.
Que dor no peito. Dor de mágoa. Dor que fica.
Que dor que eu tenho de todos vós.
Que maltratam os outros com o vosso olhar, com as palavras que não dizem.
Vocês quando olham ferem a alma das pessoas."
(Ficou em tratamento com Luz violeta)
2º Tratamento, 04/01/2013
"Isto no fundo é só consciência a funcionar.
Eu não estou bem, vejo mal nos outros, o mal dos outros incomoda-me, reajo e fico pior.
E eu ficar pior decididamente não ajuda os outros.
E a questão é que são muitos.
Quanto mais coisas erradas vejo nos outros, mais procuro e encontro.
E isto não pára mais, ou melhor parou... drasticamente.
Só de lembrar quando reagia com os outros, porque pensavam, olhavam, diziam ou nada faziam.
Só de lembrar como eu ficava por dentro.
O maior prejuízo das mentalidades deles era o meu equilíbrio, a minha saúde.
No fundo, que respeito tinha eu por mim?
Eu permitia que eles me afetassem.
Eu, ao criticar a infelicidade deles destruía a minha.
Será que eu tinha de andar de olhos e ouvidos tapados, ou aprender a alterar esta minha reação?
Já não sei o que estava mal, eles ou eu?
Estávamos todos!
Mas agora para mudar vou iniciar esta grande mudança em mim.
Será que eu posso sorrir em lugar de me revoltar?
Não um sorriso de “coitados são uns desgraçados”.
Mas um sorriso de aceitação.
Se eu posso mudar, cada um deles também poderá chegar a essa conclusão.
Sorrindo estarei a dar-lhes a oportunidade da mudança.
Eu penso que todos nós merecemos muitas oportunidades.
Isso. A partir de agora vou ser o campeão a dar novas possibilidades aos outros.
A consciência a dizer-me que ao dar oportunidade aos outros, o maior beneficiado serei eu."
3º Tratamento, 15/01/2013
"Sorriso e alegria em lugar de um monte de pressuposições e reações parvas.
Com tantas coisas reais que já existem para resolver nós a maior parte do tempo estamos a pensar em coisas que não existem.
E dizemos que temos pouco tempo.
É a maior perda de energia dos nossos tempos.
A olhar para o guarda-fato e a pensar na roupa que vestir, sempre em relação ao que os outros vão dizer, a telefonar para todas as amigas para decidir a cor do cabelo.
São montanhas do nosso precioso tempo.
Não esquecendo o tempo perdido das pessoas a quem eu telefonei.
Que canseira. Quando não estamos bem só insistimos em ficar pior.
E depois inventamos doenças que não temos.
A necessidade urgente de reduzir a leviandade dos nossos pensamentos.
Quando isso acontecer vamos precisar de menos coisas, de fazer menos tarefas, de gastar tanto dinheiro, de precisar menos de tudo.
Começamos pelos pensamentos e vai ser um desenrolar de ações.
Não é necessário, não pensem, incomodam, ouviram dizer que talvez, será que é preciso, o que acham se acontecesse, não pensem!
Não pensaram, não se agitaram, não se preocuparam, não vão ficar doentes.
Que poupança fantástica.
E tiveram muito mais tempo para admirar os fantásticos seres de Luz que todos somos."
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