Maria da Cruz

(Maria da Cruz faleceu com ataque cardíaco)

 

1º tratamento - 31/10/2012

 (Observação do Terapeuta José Bonança)

A cabeça dela é uma amontoado de afazeres. Vive intensamente, de maneira demasiado doméstica, a sua vida.

 

(Maria da Cruz)

- É sempre uma azáfama. Sempre tanto para fazer.

Acabo de fazer uma coisa e aparece outra. 

Estou a fazer alguma coisa e na minha cabeça não pára o que ainda há para fazer.

 

(Observação do Terapeuta José Bonança)

Este emaranhado de tarefas é o seu mundo. A sua vida.

 

(Ser de Luz)

- Devias parar um pouco e perceber o que acontece ao trabalho. Como continuar ou não ligado a ele.

Achas que tens esse trabalho todo na tua cabeça?

 

---- vazio de diálogo ----

(Colocada em Luz Violeta)

 

(Maria da Cruz)

- Antes era melhor. Agora tudo se tem complicado.

Antes eu ia fazendo, agora o trabalho...

 

(Ser de Luz)

- Pára um pouco. Fica tranquila. 

Isso passa-se só na tua mente.

 

(Observação do Terapeuta José Bonança)

Aumento de consciência. Menos interrogações. E vai decorrendo. A luz violeta a funcionar.

 

2º tratamento - 01/11/2012

(Maria da Cruz)

Essas ligações com os filhos, quando estamos só vivendo os afazeres, nós não ligamos.

Não quer dizer que não esteja dentro de nós.

Parece que temos medo de sentir...esse carinho por eles.

Que no fim é sobre nós.

As tarefas, o que há para fazer e o que dizem quando não fazemos as tarefas. 

E o que ficamos a pensar que eles pensam de nós.

Todo esse envolvimento é uma sombra que não deixa perceber o que é bom.

Que não deixa perceber o que é realmente bom.

Ter a casa toda arrumada e pensar no trabalho que vamos ter...quando ela se desarrumar e sujar outra vez.

Pensar no que sinto antes das pessoas falarem. E sofrer por isso.

Porquê que eu fazia isso tudo?

Se pudesse voltar uma hora que fosse atrás.

o que eu mais desejava agora, era ficar parada. Totalmente parada. Sem nada para fazer.

Sem pensar em nada. Sem haver na minha cabeça alguma coisa para fazer.

Eu ia ficar assim olhando para além dos afazeres.

Olhando nos olhos das pessoas. Perceber o que sentem além das coisas.

Das coisas brutas da vida.

Passar isto que eu agora sinto. Passar isto que eu aprendi a sentir, para todos eles.

Aqueles que me viram mais como uma coisa do que como pessoa.

Eles não conheciam a minha alma.

Passar isto é o meu desejo. Se vocês passarem isto para eles.

O desejo que agora tenho (que percebo as coisas de maneira diferente) que eles saibam que eu posso ser outra coisa.

E os minutos que eu lhes roubei, que trocava as tarefas pelo carinho que todos precisavam e eu não dava.

Porque eu não dava a mim própria.

Vou a tempo?

Eu sei que a emoção viaja no tempo.

Que a emoção arruma tudo no nosso coração.

Casa arrumada, casa desarrumada, lixo por todo os lado, mas o meu coração pula de alegria quando passo o que tenho de novo, para os outros embalar.

Será que importa aonde estou e o que vejo, ou o que sinto agora por mim e por todos?

O lugar pouco importa. O que importa é o que continuava no peito deles, por saberem o que tinha sido.

Agora onde eu estou, o que sinto, troquem o que têm dentro de vós. Sintam-se todos acarinhados.

Porque eu vivo outra pessoa que sou.

Agora até acho piada a tantas parvoíces. Mas eu sei que vou a tempo.

Há sempre tempo para mudar. Há sempre um amanhã diferente do hoje.

É só sentir, como eu sinto neste rio de luz.

Não deixem para amanhã. Mudem hoje.

Não é que o amanhã seja tarde. Porque nunca é tarde.

Perdem é o prazer de sentir este calor e de acarinhar o que está ao lado.

Porque quando olhares para o lado, ele já não está lá.

Vá lá não dói nada.

Já nada me dói. Já tudo sabe a calor.

 

3º tratamento - 07/11/2012

(Maria da Cruz)

- Se tivesse estudado, estudaria como ouvir, sentir e relacionar com as pessoas.

Penso que a bruteza da vida está na falta de relacionamento.

Em não sermos capazes de ouvir o outro sem impormos o que queremos.

Não sentirmos o outro mas só a nós próprios.

E então temos relações pobres.

Relações pobres fazem pessoas pobres ou o contrário.

Onde está a nossa riqueza?

Este problema de relacionamento está em todo o lado independentemente da riqueza de cada um.

Este problema está dentro de nós.

Este problema empobrece a nossa alma e as famílias.

Este é um problema que não depende dos outros. Depende de cada um.

Porque enquanto ele existir, os nossos corações todos sofrem.

E se eu passo a rudeza de coração, isto é uma energia que cresce e passa de um para os outros.

E quanto mais eu "apanho" mais eu aumento a minha bruteza.

Em que escola é que os homens aprendem a saber ouvir os outros, a acatar uma opinião, a perceber que podem não ter razão, a acarinhar um irmão?

Será que é necessário uma vida para percebermos que o ouvir e o ser ouvido deve ser igual?

O acarinhar e o ser acarinhado.

Que escola de vida bruta é esta?

Que não aprendemos a dar, que só queremos receber e à nossa maneira...

O que deve acontecer dentro do nosso coração para ceder um pouco?

O que deve crescer dentro de nós?

É que assim várias vidas não chegam.

Eu quero à minha maneira em todas as vidas.!

Foi necessário eu mudar de energia para perceber isto?!

Que bruteza é esta que habita em nós?

Em lugar de levarmos a vida a trabalhar para termos dinheiro, não podíamos tirar um tempo, pouco, para aprender a dizer: "Eu estou a ouvir", "Eu vou esforçar-me para te compreender", "vou começar a ouvir o teu coração também", "Haverá alguma hipótese de eu te magoar com o que digo?"

Se eu estiver a incomodar, paro de falar.

 

(Terapeuta)

- Estou aqui só para ouvir. Adoro ouvir o coração das pessoas falarem.

 

(Maria da Cruz)

- Já tinha percebido. Será essa a escola?

De reunir nas pessoas essas condições.

Podemos mandar só os nossos corações a essa escola?

É que o corpo tem de ganhar dinheiro. (risos)

E se começássemos só a ouvir. Podíamos fazer um exercício, só ouvir as pessoas, não dar a nossa opinião.

Eu acredito que se levamos muito tempo a fazer isto, alguma coisa vai mudar dentro de nós.

Responder só o essencial para as coisas funcionarem.

Mas não deixar impor os desequilíbrios que cada um tem.

Eu acredito, agora, que depois do exercício, os olhos com que eu vejo os outros vão melhor saber escutar.

Esta aprendizagem é de valorização pessoal. É uma mudança de nós próprios, não só das relações.

Porquê que todos têm mais pressa de fazer-se ouvir do que escutar os outros?

Não estará tudo errado nos comportamentos?

Ou nas nossas emoções?

Ou no nosso interior?

 

Terapeutas: José Bonança e Palmira

Mensagem canalizada por José Bonança

 

4º tratamento - 12/12/2012

(Maria da Cruz)

"Tudo funciona no âmbito da energia que emitimos.

Tudo acontece à nossa volta em relação ao que somos.

Pessoas e acontecimentos, vêm a nós pela energia que somos em determinado momento.

Ter a coragem de primeiro mudar a nossa energia. Mudar o nosso interior.

O aumento de consciência das nossas escolhas é parte principal.

O universo vem a nós, pelas nossas escolhas.

Mas primeiro é necessário escolher, depois a ajuda virá.

Mas, por favor, não peçam que venha à vossa maneira. 

Tenham a humildade plena de receber o tratamento adequado à vossa energia.

O tratamento não pode vir colmatar desajustes superficiais, quando os importantes são os profundos.

Aqueles que nós nos recusamos a ver. Aqueles que não admitimos.

Dêem início a uma sequência de energias de agradecimento.

Esta é a energia que deve prevalecer no nosso peito.

Sejam vocês próprios, um estado contínuo de agradecimento.

Este estado não depende dos acontecimentos.

Mesmo num tratamento físico, as reacções ao tratamento são parte integrante da cura.

Aceitem tudo o que vos chega.

Tudo como parte integrante da vossa cura, da vossa evolução.

Por favor, iniciem este processo maravilhoso, da abertura do canal de agradecimento.

Deixem a vossa vida revolucionar-se.

Usem o poder do Universo, à vossa disposição.

Utilizem o vosso desejo para alargar mais e mais o canal de agradecimento...

E sejam verdadeiramente agradecidos."

 

Terapeutas: José Bonança e Palmira

Mensagem canalizada por José Bonança