David Carradine
(ator, suicídio, 2009)
1ªmensagem – 31/01/2013
"Na vida muitos vão atrás de algumas verdades de poucos. Vamos atrás das modas (todo o tipo de modas), das notícias, das invenções, dos vendavais.
Andamos com os ventos. Pensamos, vestimos, agimos, conforme o que nos chega. E como chega, rápido esquecemos. Portanto nós não somos de lado nenhum, de ninguém e vamos para onde?
Estás à espera do novo vendaval? Nós não somos seres com identidade própria? Usamos o que nos obrigam, compramos o que não queremos, usamos o que os outros gostam, falamos o que dá jeito.
Afinal onde estou eu, no meio de todos estes vendavais fabricados por alguns pouco? Estamos vivendo numa era de liberdade, com correntes invisíveis. Porque estas não nos obrigam diretamente a nada. Estas são especiais, manobram-nos, pensando nós que somos realmente livres. Bom negócio, o negócio da prisão invisível, da liberdade falseada. O maior negócio, aquele que eu livremente o desejo, defendo e o sustento, e ainda no fim afirmo: “eu faço o que quero com o meu dinheiro!”. É teu até a tua consciência exigir que troques toda a roupa do roupeiro, ou de outra forma, ontem, amanhã, inventada pela tua linda cabecinha.
Quando é que todos vamos começar a pensar com a nossa cabeça, o que sirva realmente à nossa energia? O que precisa de rápida libertação é a nossa consciência. Nós vamos ficar esperando. Eu vou ficar por aqui nesta loja, que vende a novidade das calças, que podemos comer de tudo e não engordamos,
Quem é que engorda com a minha ignorância?
2ªmensagem – 23/02/2013
Sempre achei estranho. Porque achamos graça, sempre que o outro se aleija, cai, se magoa, fica atrapalhado? Porquê que aquele momento de grande atrapalhação do outro, para nós é uma graça? Ou um alívio.
Sinceramente não entendo. O outro pode-se ter aleijado e todos acham graça. Porquê é uma graça generalizada?
Já estiveste no lado do que cai? O que sentiste de os ver a rir e tu todo doido? É estranho! Mesmo muito estranho.
Qual é a graça mais fácil para um palhaço e de resultados imediatos? Quando ele se atrapalha e se estende no chão. Se ficar todo sujo, então não vão parar de rir. Isto é tudo acidental. Então e se houver alguém que ande a derrubar os outros propositadamente? Qual é a vossa reação? Se for a sério é uma, se perceberem que é a brincar é outra. Mas é sempre queda. E se a pessoa que cai se aleijar sempre, quando é serio ou a brincar. Vais continuar a rir?
O que vocês gostam na realidade é de ver a pessoa cair, e da sensação que sentem, de ver outro fazer vários caírem e vocês continuarem de pé, à distância. Está tudo bem até ele não chegar perto de vós e os derrubar também.
O que faz mais tinta correr? É quando uma empresa aumenta as vendas e tem sucesso ou quando entra em colapso e vai tudo para a rua? É quando uma ponte é construída ou quando é destruída? É quando um bebé nasce ou quando morre? É quando existimos ou quando deixamos de existir? É sabermos que é possível ou que é impossível? Saber que é finito ou infinito? Quando muitos são enganados, que gargalhada geral.
Se consegui deixá-los confusos, vou fartar-me de rir. Uma das coisas que não gostamos de ver em nós é confusão. Nos outros… não vamos recomeçar. Fiquem pensando até ao próximo episódio. Com muito amor e carinho.”
Mensagens canalizadas por José e Palmira